A GUARDA POLICIAL MILITAR DA RESERVA

fonte: danillo ferreira

O ingresso na reserva remunerada das corporações policiais militares nem sempre é uma experiência benéfica. Existem muitos casos de policiais que, após se afastarem de suas atividades rotineiras na corporação policial, acabam caindo em depressão, sofrendo de alcoolismo e outros sintomas duma mudança brusca de rotina – da hiperatividade e emprego real de esforços ao ócio entediante. Por isso, é necessário, antes de pendurar os coturnos, planejar alguma ocupação que dê prazer individual, que transmita a sensação de utilidade que nós, seres humanos, sempre necessitamos. Por mais que reclamemos das corporações, sempre se perde algo após a aposentadoria, no mínimo, o respeito e poder oriundo da farda.

Sim, há aqueles que, antes da reserva, já possuem atividades outras, tendo este desligamento da polícia um caráter de “folga” para fazer se dedicar a estes trabalhos – por prazer ou mesmo por necessidade financeira.

Porém, visando alcançar os militares da reserva, com suas experiências, a Polícia Militar da Paraíba está tentando implementar uma medida interessante, que pode reduzir o número de aposentadorias mal conduzidas, e dar eficiência à corporação em procedimentos internos: a criação da Guarda Militar da Reserva:

Militares que fazem parte da reserva remunerada e estão interessados em compor o quadro da segurança pública devem procurar a Ajudância do Quartel do Comando Geral para oficializar sua entrada na Guarda Militar da Reserva (GMR).

O chefe da Ajudância Geral da Polícia Militar da Paraíba, major Paulo Almeida da Silva, explica que a Guarda foi criada para oferecer uma ocupação qualificada na área de segurança aos policiais da reserva, que hoje se dedicam a atividades não regulamentadas para reforçar seus orçamentos familiares.

Encarregado de organizar os procedimentos burocráticos no processo de reinserção desses militares, a Guarda Militar de Reserva receberá oficiais e praças e entrará em operação não somente para realizar um trabalho complementar, mas também para contribuir com o processo de retomada de espírito público da segurança na Paraíba.

Não ficou claro como a PMPB irá empregar esses policiais, porém, é razoável que eles não sejam empregados na atividade operacional, pelo desgaste e risco inerente a esta atuação. Creio que o adequado é o emprego administrativo/burocrático destes homens, em paralelo com o que fazem auxiliares administrativos civis em algumas polícias brasileiras. Ao mesmo tempo poupa-se o policial moderno para a atividade fim e complementa-se o salário e as perspectivas dos veteranos que se doaram dezenas de anos à polícia militar.