fonte: danillo ferreira
O dicionário qualifica “rusticidade” como “Qualidade do que é rústico. Simplicidade extrema que chega ao limite da grosseria. Rudeza, grosseria, incivilidade (opõe-se a urbanidade)”. Por incrível que pareça, ao policial, notadamente o policial das ruas, é exigida tal característica, que vai de encontro à polidez exigida no seu trato com o cidadão, mas é perfeitamente necessária em várias ocorrências.
Quando se fala em rusticidade policial, não se está falando da parte da “incivilidade” ou “grosseria”, pois, como sabemos, a atividade policial é eminentemente social e cidadã, não podendo se distanciar das práticas solidárias à comunidade, comunitárias, pois.
Por outro lado, sem certa rusticidade, que podemos entender como um desligamento de certos cuidados e medos que as pessoas civilizadas têm em seu dia-a-dia, a atividade policial passa a se limitar ao atendimento a ocorrências em condições ideais, o que nem sempre (ou quase nunca) acontece.
Não fosse a rusticidade policial, o caso abaixo poderia ter conseqüências trágicas:
Imaginem que o policial ficasse receoso de se lançar ao salvamento da criança por causa do odor e da sujeira do valão. Uma vida seria perdida por causa dum “capricho” que ao policial é exigível descartar: esta é a importância da rusticidade no policial. Para salvar sua própria vida, em ocorrências em locais inóspitos, pode ser que o policial precise dormir (ou não) em lugares molhados, frios ou calorentos, com mosquitos etc. Se não conseguir atuar nesses ambientes, irá expor a vida própria e dos companheiros, além das possíveis vítimas envolvidas na ocorrência.
Nesta altura o leitor já deve estar entendendo o que é rusticidade policial, algo treinado e imposto simuladamente em vários cursos especializados existentes nas polícias de todo o país, inclusive os de Operações Especiais, como o exigido para ingresso no BOPE, do Rio de Janeiro.
A matriz da exigência da rusticidade certamente é militar, oriunda das Forças Armadas, que quando atua precisa da qualidade muito mais do que as polícias. A diferença é que, nas polícias, exigir rusticidade em momentos extremos sem atentar para a necessária cortesia no trato com os cidadãos cotidianamente tem conseqüências drásticas, algo não tão absurdo para as Forças Armadas, que têm como regra o aquartelamento. Infelizmente, muitos cursos e práticas policiais não conseguiram alinhar a tal rusticidade com a civilidade necessária a toda instituição cidadã.
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