A segurança pública de Mariluz – 85 Km de Campo Mourão – definitivamente não vai nada bem. Embora as estatísticas confirmem se tratar de uma pacata cidade, lá é mais comum encontrar vereadores a policiais. Ao todo são apenas quatro policiais militares para um município com 10,2 mil habitantes. A Câmara conta com nove nobres edis. Trata-se de uma realidade absurda, uma vez que, para cada 2,5 mil habitantes existe apenas um policial nas ruas. A Organização das Nações Unidas (ONU) defende a equação de um profissional para cada grupo de 250 pessoas.
A decadência da segurança pública do pequeno município é explícita logo ao chegar a delegacia. Lá, quem recepcionou a equipe da TRIBUNA foi um dos 19 detentos. Não havia naquele momento absolutamente nenhum policial. A cidade é tão carente em segurança que, muitas das informações foram repassadas pelo próprio prefeito. Os atuais PMs são novos na cidade. Os antigos estão presos em Curitiba.
Eram pouco mais de 15h quando os presos tomavam sol no pátio da delegacia. Eles estavam acompanhados de familiares. Era dia de visita. Nos três cômodos que integram a recepção do prédio, ninguém. Nenhuma viva alma. Tivemos que bater na última porta fechada. Quem a abriu foi um dos presos. “O pessoal saiu, mas daqui a pouco eles voltam”, informou. Questionado se não poderia fugir, ele respondeu que não. “Aqui ninguém foge não senhor”. E não saem porque não querem mesmo. Nos fundos, onde tomam sol, o muro é baixo, conseguindo inclusive se apoiar sobre o portão. Aliás, o mesmo portão não é fechado, pelo menos a tarde. Um dos detentos chegou a abri-lo, saiu na calçada para dar informações a nossa equipe. Depois, voltou e o fechou.
A Polícia Civil, que deveria estar presente no prédio e, consequentemente, cuidar dos presos, lá não existe. O carcereiro não mora na cidade e aparece somente para o banho de sol dos detentos. A unidade está submetida à delegacia de Cruzeiro do Oeste. O único escrivão faz parte dos quadros da prefeitura e até a alimentação dos PMs é fornecida pelo município. “Aqui nós fazemos o boletim de ocorrência, investigamos, prendemos, encaminhamos e, quando da ainda cuidamos dos presos”, afirma o PM Gouveia. “Aqui tem mais vereadores do que policiais. E não é papel nosso zelar dos detentos”, lembrou.
Recém nomeado, o delegado de Cruzeiro do Oeste, Gustavo Tucci, disse que, legalmente, ainda não responde pela delegacia de Mariluz. “Não saiu a portaria me responsabilizando por aquela unidade, ainda”, afirmou. No entanto, ele sabe que a situação por lá anda caótica. “É um absurdo, um descaso”, diz. Segundo ele, logo que a portaria for assinada, ele deverá enviar pessoal da civil. Caso contrário, poderá haver transferência de todos os detentos e, conseqüentemente, parar o atendimento definitivo na cidade. Em resumo, hoje, a delegacia de Mariluz, oficialmente, não existe. Até parece um prédio fantasma assombrado pela ausência da Polícia Civil.
A realidade em Mariluz:
4 policiais existem em Mariluz
10,2 mil é a população local
1 policial para cada 250 pessoas é a equação da ONU
2009 foi o último ano em que ocorreram assassinatos na cidade
19 detentos possui a delegacia local
Esta é a cruel realidade nossa,policiais à mercê,largados numa cidade,cobrados e sem qualquer apoio...arriscando vidas próprias em prol de uma população que mats vezes só marginaliza a classe,a segurança sempre foi lembrada qdo é precisa,não é encarada como uma nescessidade,em outras palavras...o policial que se vire..
ResponderExcluirAinda estão reclamando?????? A cdade está muito bem policiada. Em Coronel Domingos Soares município localizado no sudoeste do PR há somente dois policiais trabalhando em escala de 48 por 48, na cidade também não tem delegacia, no caso de flagrante o policial de serviço tem que se deslocar para a delegacia do municipio vizinho que fica a 36 km isso sim é uma vergonha!!!! já a cidade de Palmas no sudoeste também com 48 mil habitantes trabalha com 2 policiais por dia e uma unica viatura para atender 13 bairros, nos ultimos dias a cidae conta com o apoio de 6 alunos soldados que estão fazendo estágio. Agora vocês decidem se é pra rir ou pra chorar.
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