À partir das 16h40, mensagens pelos rádios das unidades policiais e das viaturas, comentando o que era chamado de “aumento ridículo”, foram mobilizando a tropa, que preferiu se aquartelar.
No início da noite, viaturas e PMs que estavam trabalhando ou de folga, e até quem estava em férias, concentraram-se nas sedes do 12.º , 13.º, 17.º e 20.º batalhões, para discutir uma possibilidade de greve.
O clima era de revolta, o que obrigou o coronel Jorge Costa Filho, comandante do CPC, a ir até o 13.º BPM (o maior da capital), com sede no Novo Mundo, para conversar e acalmar a tropa, além de desmentir o boato e garantir que a mensagem enviada pelo governador Roberto Requião iria atender aos anseios dos policiais.
Mais tarde, Costa também reuniu policiais do 12.º BPM, desta vez na sede do Comando Geral, e deu as mesmas explicações, pedindo calma e atenção aos seus comandados.
Rádio
Apesar dos esforços do comando, as comunicações por rádio ficaram prejudicadas durante a noite. Ao invés das transmissões de ocorrências, eram ouvidos gracejos, palavrões, músicas, sons de sirenes e até ofensas aos PMs que insistiam em trabalhar. Para que a cidade não ficasse desguarnecida, as comunicações passaram a ser feitas por telefone.
De acordo com oficiais ouvidos ontem à noite, as viaturas foram recolhidas para as sedes das companhias (que são postos avançados dos batalhões) e lá as equipes recebiam ordens pelo telefone para dar atendimento às ocorrências.
Embora comentários dessem conta de que o jogo entre Coritiba e Luverdense (time do Mato Grosso), no Couto Pereira, ficaria sem policiamento, o oficial encarregado de supervisionar o local informou, durante o jogo, que tudo estava normal.
Cerca de 70 PMs do 12.º Batalhão faziam a segurança interna e externa do estádio e outros, do Batalhão de Polícia de Trânsito, da Rotam e do Batalhão de Motos também estavam em seu postos, guarnecendo ruas e logradouros próximos do local do jogo.
Teimoso
O próprio governador Roberto Requião tentou conversar com os PMs, entrando na frequência de rádio. Mas seu discurso foi interrompido com xingamentos, principalmente de “mentiroso”.
Teimosamente, ele trocou de frequência e continuou a discursar, porém suas palavras não foram levadas em consideração, pelo menos pelos mais alterados, que há anos esperam por reajuste com compense o risco que enfrentam nas ruas da cidade.
Os policiais militares acusam o Governo do Estado de sucatear a segurança pública, não investindo em equipamentos, e desestimular a tropa com salários que não condizem com a importância do trabalho que realiza.
fonte: parana on-line
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