PB: GREVE DAS POLÍCIAS NA PARAÍBA

fonte: danillo ferreira

Movimentos sindicais não funcionam sem que suas mobilizações sejam noticiadas e sentidas pela sociedade e governantes. Neste sentido, na atual dinâmica de comunicação, é imprescindível que a “grande mídia” exponha os objetivos e consequências de uma greve deflagrada para que ela consiga alcançar seu mister: colocar em xeque a imagem dos governantes para que esses cedam às reivindicações. Na Paraíba, onde está ocorrendo a luta salarial dos policiais e demais trabalhadores da segurança pública, este é um fator que está em jogo no momento.

Vejam o vídeo abaixo, onde o Major Fábio, líder da greve dos servidores policiais e bombeiros, discute com um apresentador de televisão em torno do que está sendo divulgado sobre as reivindicações (dica do Fireman DF):



Fora as agressões verbais e troca de farpas entre o jornalista e o Major Fábio, fica clara a contingência à qual a classe policial fica a mercê em movimentos reivindicatórios: é preciso que a imprensa propague as informações sobre o movimento, pois a impressão de normalidade intimida até mesmo novas adesões entre os próprios policiais. Podemos dizer que a negociação salarial/grevista é uma disputa quase que exclusivamente de comunicação.

Por isso, os governos procuram sempre se aliar aos setores da imprensa para omitir e diminuir os efeitos do movimento. Às vezes o fazem sob o argumento da “ordem pública”, outras vezes sob o argumento mais capitalista possível.

O que se tem visto é a adoção duma medida alternativa pelos participantes dessas reivindicações, o uso da internet e de meios gratuitos de interação e comunicação para a divulgação das ações, sendo as ferramentas de mídias sociais as principais delas.

Vamos ver o que ocorre na Paraíba: ou o Governo toma medidas para o término da greve, ou o fluxo de informações não poderá mais ser contido em determinado momento, e a enxurrada de notícias irá afogar sua credibilidade, pois a imprensa só é governo enquanto o ponto do ridículo não for ultrapassado – leia-se “ponto do ridículo” como a distância entre notícia e realidade.

Na guerra de informações, quem resistir mais, ganha.