Uma das situações inusitadas e arriscadas possíveis no desempenho do serviço policial é o embate entre guarnições de serviço e policiais à paisana, que geralmente andam armados, e caso não sejam identificados rapidamente podem ser confudidos com criminosos. Hipoteticamente, pense no caso em que um policial tem seu carro roubado, e reage ao roubo, trocando tiros com o criminoso.
Caso alguma guarnição de serviço passe no local do tiroteio, ou mesmo chegue através de denúncia, o risco do policial que está reagindo ao assalto ser confundindo com o assaltante é alto, daí a necessidade de máxima cautela na identificação dos verdadeiros criminosos. Uma ocorrência recente da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) mostra o quanto pode ser trágica ocorrências similares à descrita:
O soldado Rodrigo Aparecido Pansani, de 27 anos, lotado nas Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), foi morto a tiros, por volta das 20h45 desta sexta-feira, dia 24, por colegas das Rondas Ostensivas com Auxílio de Motocicleta (Rocam), na altura do nº 5.500 da avenida dos Bandeirantes, próximo ao aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo.
O soldado, que estava à paisana, de moto e com arma em punho, ao lado de um carro que havia sido utilizado por criminosos, foi confundido com um bandido.
Tudo começou na residência nº 278 da rua Camundó, no Planalto Paulista, bairro vizinho, onde o dono da casa, um senhor, deficiente audiovisual, que realiza banho e tosa em animais, entregava um cachorro ao dono na porta da residência.
Três bandidos chegaram, anunciaram o assalto e invadiram casa. Um vigia da rua viu e acionou policiais militares do 12º Batalhão.
Ao chegarem em frente ao imóvel, os PMs flagraram o trio deixando a casa em um Fiat Stilo preto. Na troca de tiros, um dos policiais foi baleado de raspão e, na sequência, encaminhado para o Hospital Santa Cruz.
O soldado Pansani, que estava em uma Honda Biz preta, também passava pelo local e começou a perseguir os criminosos, que entraram na avenida dos Bandeirantes, onde abandonaram o Fiat Stilo, atravessaram a pista e, do outro lado, roubaram um Honda Civic. Ao parar ao lado do Fiat, já cravejado de tiros, o soldado, com arma em punho e à paisana, foi abordado por colegas da Rocam.
Ao se virar e mostrar a arma, o soldado, sem tem tempo de se identificar como policial militar, foi baleado e morto ali mesmo. Os bandidos continuam foragidos. O caso foi registrado no 27º Distrito Policial, do Campo Belo.
Um desastroso acontecimento, que além de ter ceifado a vida de um policial deixará sequelas na consciência do autor dos disparos, fora os problemas jurídicos decorrentes da ação. A não ser que o policial atingido estivesse de fato envolvido com o crime e tenha reagido à abordagem, algo que só as investigações poderão dizer. Eis apenas uma das várias dimensões complexas da atividade policial.
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